Fala pessoal e aí tudo bem? Quanto tempo que não faço um post novo não é mesmo? Tanta coisa aconteceu junto… Mas tudo está melhorando e vocês irão me ver aqui com mais frequência, tentando pelo menos.
Vamos agora soltar o princípio de um projeto que já está em minha cabeça com a ideia martelando faz um tempo… porém só agora tomei coragem para finalmente conseguir dar continuidade para ela.
Uma lista de textos ordenados para um autor, tentarei colocar links para download e onde comprar de forma barata e segura todos os eles. Para começar iremos fazer uma teoria específica e que curto bastante:
"Filosofia política" para esse primeiro momento iremos eleger alguns autores africanos que tem notoriedade em seus países e no mundo todo (acadêmico ou não).
Por que começar? Por onde começar? Essa é uma pergunta persistente que me fez pensar bastante sobre muitas coisas, mesmo pensando levando várias coisas e quesitos em consideração, acredito que o Mwalimu (como ele era chamado, traduzido pro inglês como "teacher" ou português "professor") o nativo de Tanganyika (atual Tanzânia) o grandioso Julius Kambarage Nyerere.
Suas obras vão muito além do que escritos, ele viveu de política, atuou e não desistiu jamais de seu povo. Um líder que deve ser conhecido e estudado. Em 1961, alcançou o cargo de primeiro-ministro da Tanganyika independente. Com a instauração da Tanzânia ele se tornou o primeiro presidente, em 1964. Além disso, participou ativamente da criação da OUA (Organização da Unidade Africana) que, posteriormente, se tornou União Africana.
Cresceu em Kampala, na Uganda, e estudou nos colégios "Tabora Secondary School" e "Markerere College". Converteu-se ao Catolicismo Romano e ensinou em vários colégios católicos da Uganda, até ser convidado para estudar na Universidade de Edimburgo, onde formou-se e fez mestrado em História e Economia, retornando para dar aulas na sua terra natal em 1952.
Ao chegar em dia terra natal, se deparou com a realidade e ingressou na carreira política, ao ver a tentativa de consolidar um antigo "mandato" (documento que dá autoridade para uma Nação ter soberania sobre a outra) que foi feito na Liga das Nações pela Inglaterra e que estava sendo continuado pela ONU… O objetivo de Nyerere tornou-se apenas um, ter a Tanganyika independente, por isso, ingressou na "Tanganyika African Association", tornando-se líder dela em 1953 e, em 1954, transformou ela em uma Organização orientada para a "União Nacional Africana da Tanganyika (TANU)" a qual ficou famosa por lutas pela igualdade e harmonia social, resistência pacífica e rejeições de tribalismo e discriminações (raciais e étnicas).
Em 1955 e 1956, esteve em Nova York, para reuniões oficiais da Organização das Nações Unidas como peticionário dos "Conselho de Tutela" e "Quarta comissão de Trusts e Territórios não autônomos" onde iniciou um debate firme dando uma data limite para o Governo inglês reconhecer a Tanganyika como independente, o que não foi aceito e gerou debates ainda maiores e, após várias sessões de debates entre ele e porta vozes ingleses, se tornou membro supremo do Conselho Legislativo Tanganyika, o qual renunciou meses mais tarde acusando os ingleses de negligência para questões que direcionaram para a independência.
Em 1958 (e nas eleições subsequentes), Nyerere e membros do TANU, ganharam cada vez mais cadeiras, até que em 1960, 70 das 71 cadeiras eram ocupadas por eles, após isso foi criada a Assembleia Legislativa de Tanganyika. O que fez o governo britânico recuar em sua postura, permitindo assim um progresso nas ações de independência. Em Setembro de 1960, Tanganica se autoproclamou um governo autônomo, obtendo a consolidação em 9 de Dezembro de 1961, com Nyerere como primeiro ministro. Porém, em Janeiro ele renunciou para poder se dedicar para sintetizar suas visões e objetivos para governar e unificar a África, que foi consolidada na sua grande obra "Ujamaa - A base do socialismo africano", que serviu de preceito para a "Declaração de Arusha" de 1967.
Ainda em 1962, Tanganica se tornou República e Nyerere foi eleito em 1964 como presidente, unindo os territórios de Tanganica e Zanzibar, ele criou a República Unida da Tanzânia.
Em 1965, foi reeleito e teve 3 mandatos sucessivos de 5 anos cada, até renunciar em 1985. Em seu período como presidente ele manteve aliado com a Declaração de Arusha, lutou pela agricultura cooperativa e sociedades igualitárias, coletivizar fazendas e aldeias, instituiu de Educação Universal e Gratuita, fez campanhas de alfabetização de massa e tentou criar uma Tanzânia economicamente autônoma. Com ele, a Tanzânia tornou-se um estado de partido único, com oportunidades democráticas limitadas.
É exatamente esse movimento político, que ele chama de "Ujamaa" que é como ele acredita que o socialismo deve ser enfatizado cooperações econômicas, harmonia social e sacrifício da moralidade.
Outra atividade relevante, foram suas lutas contra o apartheid da África do Sul, ele liderou uma coligação de cinco países e fizeram uma linha de frente para derrubada de governos que faziam políticas em prol da "supremacia branca" na Rodésia (atual Zimbábue), Sudoeste da África do Sul e da Namíbia.
Em 1972, Idi Amin estava fazendo fortes críticas contra Nyerere e sua grande reação foi quando Amin expulsou todos os asiáticos presentes na Uganda (onde ele era presidente). Após alguns anos de embargos e embates, em 1978, Amin invadiu uma pequena vila na fronteira com a Tanzânia. Nyerere, decretou que iria acabar com o governo de Amin, ganhando apoio do ex-presidente (da Uganda) Martin Obote, ele invadiu e, em 1979, Amin foi derrubado colocando O'Bote no poder.
Apesar de suas políticas internas e visões individuais, Nyerere como presidente conseguia manter relações internacionais harmônicas com países capitalistas (relembrando que seu governo 1964-1985 o mundo vivia na Guerra Fria). A sua renúncia atraiu consigo uma descrença nacional, pois apesar de suas tentativas a Agricultura da Tanzânia era de subsistência, renda per capita era baixa, infraestrutura, industrialização eram frágeis, desigualdades sociais nítidas e ⅓ do orçamento da Nação era para ajudas externas.
Após sua renúncia, sua participação foi diminuída na Tanzânia e ele mudou Ruanda e depois Burundi, onde atuou como estadista para soluções de crises.
Morreu, por causas naturais, aos 77 anos em 14 de Outubro de 1999 em uma viagem para Londres. Marcado por sua inteligência inegável, atitudes e visões políticas poderosas, seu dom da oratória. Uma ótima figura para começar a fazer a nossa lista.
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